quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Um banqueiro diferente (CXXI)

Desde à uns tempos para cá que temos vindo a observar um certo número de pessoas a exporem o que realmente se passa no mundo. Agora, mais que nunca, estes "cantantes" nascem como cogumelos visto o funil estar a ficar cada mais estreito e mesmo quem anda dentro do sistema começa a ficar saturado ou não aguenta ir mais longe. E qual é o único remédio nesta situação? Cantar o que sabe.

Fazem-nos chamadas de atenção ás quais ligamos muito pouco, porque a vida é para continuar e o relógio não pára. Esquece-mo-nos do quanto arriscam só para nos dizerem algo que na maioria da vezes está escancarado à nossa frente.

E não me refiro só a Edward Snowden que nada mais fez do que comprovar todas as teorias de conspiração em relação à NSA e seus amigos. Afinal era tudo verdade, o que não é de admirar, pois no mundo real aquela é a faceta de todos os governos, uns mais outros menos, uns fazem outros ajudam a fazer, é tão simples quanto isso.

Mas não é sobre Snowden este artigo. Hoje, quero-vos apresentar um banqueiro, diferente de todas as outras sanguessugas que conhecemos neste ramo. O seu nome é Lars Seier Christensen, fundador e CEO do Saxo Bank.

Comecei por verificar se este tipo esteve na reunião de Bilderberg 2013, e pude constatar que não esteve presente, o que é bom. O site é este http://www.tradingfloor.com/posts/broader-relevance-ayn-rand-society-710110757 e o que este homem diz é relevante, não só pelo seu estatuto profissional mas porque consegue tocar em pontos nevrálgicos do que é a "obra" europeia.
Começa por escrever sobre Ayn Rand, filosofa de origem judaica que têm no seu livro "A revolta do atlas" a sua obra prima. Passando a introdução, Lars remata assim..

"One of the biggest mistakes we can make is to assume that rationality will prevail, that just through superior economic performance, freedom will capture enough peoples' hearts in a democracy to win the day. This creates a major problem for those of us that like to argue rationally, rather than emotionally."

"It creates a major opportunity for politicians that intuitively know that in a rational world, there would be little demand for their services."

As ideologias politicas servem perfeitamente este propósito, pois conseguem criar uma ligação emocional entre os seus apoiantes e os partidos políticos. Argumentar racionalmente contra estes indivíduos é de todo impossível.

Os políticos usam o discurso emotivo por forma a introduzir na cabeça das pessoas algo que vá de encontro às suas pretensões. A oposição politica que se faz a quem está no poder mas também os próprios governos precisam de ter desempregados e pessoas a depender do estado pois só dessa forma é que conseguem muitos votos, acenando na maioria das vezes com promessas que nunca serão cumpridas. Por isso, quanto menos as pessoas precisarem do estado mais irrelevantes eles se tornarão aos olhos das pessoas.

O mesmo se pode dizer dos mediawhore que usam o "shock and awe" para noite após noite moldar o pensamento, instigando emoções em assuntos onde a razão deveria de imperar. Desta forma gera-se ao final de algum tempo um terrorismo psicológico que quebrará as defesas de um ou mais indivíduos e até mesmo de populações inteiras.

"Only in an irrational, emotional universe, where opportunists can gain access to media and visibility to express “feelings” and try to take the moral high ground, no matter how unfounded in reality it is — only in such an environment can you survive without having to produce practical, productive results, and instead prosper and benefit from empty talk and third-rate acting performances."

Se tivermos que reduzir a politica a uma frase, então eu propunha esta, pois a descrição é perfeita. Não existe mais nada para além disto, tudo o resto é elevado pelos mediawhore que adoram tê-los na televisão a opinar sobre como as pessoas devem de agir ou pensar.

E são estes ainda que conseguem extrapolar os "não feitos" da classe politica e calarem-se sobre as vigarices por esse mundo fora.

"This tendency, unfortunately, has only strengthened during the recent crisis. There is often a complete disconnect between the reality and the words used to describe it, the actions pretending to deal with it. In particular, this is very noticeable in the Eurozone these days."

Assim é, apenas e só porque a verdadeira agenda têm de ser ocultada. É preferível porêm-nos a chamá-los de incompetentes do que conspiradores.

"...clearly the dynamics of democracy and interfering politicians are very well described in Atlas Shrugged, where constant intrusive corrective attempts to fix a given problem leads to new, unforeseen problems that need additional correction. This triggers an endless series of correcting moves, where only two things are certain."

"First, the politicians assign ever greater powers to themselves, as they manage to convince the citizens of the need for even more interference, although the problems are created by interference in the first place."

Primeiro cria-se um problema, seja económico, militar ou social, de seguida, borra-se as pessoas de medo com esse mesmo problema criado artificialmente e anuncia-se o fim do mundo, por último, e mesmo que demore algum tempo, as pessoas acabarão por ceder e aceitar novas imposições, cortes ou reduções.

"... EU's standard answer to any of its own failures is that had it just had even greater powers, things would have been much better. The real question to ask here is not why it claims this, what else could it really do, if the only alternative is to admit incompetence and failure?"

"The real question is how do voters persist in managing to ignore the reality and believe in their politicians, rather than themselves?"

Foi o que eu também nunca percebi.

"Very little of the bailouts filter down to the real economy, as it is easier to hold onto safe returns in a variety of government paper, cementing the unhealthy relationship between banks buying government securities and in return being propped up by the same governments to secure them as an outlet for these very securities and their printing machines."

Esta é uma das situações de degredo económico nos países ocidentais. Os países têm de adquirir o poder de imprimir dinheiro e só não escrevo outra vez porque nunca "tivemos" esse poder, dado os bancos centrais serem propriedade privada, do BIS (bank for international settlement), para ser mais correcto. Assim, e tirando os impostos que sacam ilegalmente ás pessoas, a única forma dos governos terem dinheiro é dar valor a um papel com um certificado de garantia de pagamento dos juros a quem nos empresta, sendo essa garantia todos nós, ou seja, e como dizem os americanos, "it´s a win win game", principalmente para os bancos que usam o dinheiro que adquirem a custo zero e emprestam sacando juros desse dinheiro. É a mais límpida forma de extorsão legalizada que conheço.

"...It is a vicious circle for an industry if I ever saw one, and I fear that we are approaching the end of banking as a private industry. But once we have a government-controlled banking industry, our problems will really begin"

A nova ordem mundial que está a ser construída desde à muito tempo, assenta as suas bases primariamente num modelo socialista/comunista onde o super-estado controlará por meio de tratados, acordos e constituições, todos os aspectos inerentes à vida do ser humano, embora, o dia a dia dessa vida seja entregue ás corporações de modo a explorarem as pessoas e recursos naturais do planeta.

"The new central bank regulator, and the banking union, ultimately draining the sound banks for money to support the failing ones, could be the nail in the coffin coming from the EU to a bank near you soon."

À que dar alguma importância às palavras deste senhor, Lars Seier, que é presidente de um banco e alguém que parece-me ter a cabeça no seu devido lugar, basta comparar o que ele escreve com aquilo que dizem os nossos banqueiros.

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