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sábado, 21 de janeiro de 2012

CAS - A pilhagem de um país (2ª parte) LXVII


Country Assistance Strategy - O programa que serve para pilhar o país ajudado...
 
O primeiro passo começa sempre na privatização da água, gás e electricidade, os três factores mais básicos para se ter uma vida condigna, mas também se incluí a venda de todas as acções que o estado detenha em qualquer companhia "estratégica". É a privatização total dos recursos naturais, é o Neo liberalismo a funcionar na sua plenitude.

O passo número dois é a liberalização do mercado de capitais, isto significa segundo Joe Stiglitz, que em teoria, estes mercados ficam com uma auto-estrada para entrar e fazer sair dinheiro do país. Assim sendo, e depois de privatizado o país, segue-se este fluxo de capital estrangeiro que se instala e explora o que o país têm.

Os tipos têm tudo pensado, a globalização é isto meus senhores, um dia estamos a pagar a água a uma empresa americana, a electricidade aos chineses e o gás a uma qualquer companhia alemã.

Este ciclo, (privatização, liberalização) cria o "Hot Money"cycle, onde o dinheiro entra em modo especulativo no país para alterar o valor cambial da moeda (não é o nosso caso) ou para mexer nos preços do mercado imobiliário. Este Hot Money como não produz riqueza real e traz artificialidade, quando emigra para outros pastos, as reservas nacionais desses países que estavam assentes em "zero" de valor real, ficam na penúria, senão mesmo esgotadas.

Para se inverter o panorama nesta altura, ou seja para atrair de novo os especuladores, o FMI exige a esses países que aumentem as taxas de juro para 30, 50 ou 80%, o que leva à destruição do tecido industrial, à destruição do valor de propriedade e seca as reservas do tesouro nacional. Será que  senhor da CIP sabe disto? A mama para esse senhor acabará cedo e por imposição da troika, quando se der o passo número três.

Neste ponto, o FMI exige que se cumpra o terceiro passo que consiste num "Market based pricing", ou seja, teremos um aumento considerável nos preços da comida, gás, água e electricidade, o que nos remete para aquilo que Stiglitz chama de "IMF Riots", ou terceiro passo e meio.

Nesta etapa os motins nascem como cogumelos, tal como se deu na Bolívia quando rebentaram os motins devido ao aumento da conta da água, ou na Indonésia em 1998, com os cortes nos subsídios para a comida e combustível, afectando os pobres. É matemático e não falha. Neste ponto, é bom que entendam que a sociedade está completamente desfragmentada, trazendo sempre mais ordem e lei da parte de quem manda, que por sua vez, cria mais fragmentação, até rebentar.

O programa "Country Assistance Strategy" do Banco Mundial/FMI acaba de vez com a ideia de que cada caso é um caso, isto é aplicado em todos os países que recorrem a um empréstimo porque o objectivo final é pilhar o país dos seus recursos naturais e económicos.

Por fim, o quarto e último passo "poverty reduction strategy": Free Trade, baseado nas leis da organização mundial do comércio e do Banco Mundial. Este último passo e era bom já nem chegarmos aqui, os produtos manufacturados nesse país que contraiu o empréstimo, deixam de ser apetecíveis devido à fraca qualidade empregada no produto e na especialização humana para o conceber.

Pode-se dar ou não ou quatro passos, mas se for para levar até ao fim, não tenham a menor dúvida que isto fica uma miséria. O que quero dizer, é que, depois da poeira assentar e regressar a "normalidade", a sociedade foi profundamente alterada, o sistema vigente ficará mais autoritário, a economia passa a ser de subsistência, o desemprego será constante e elevado.

Estes tipos querem ficar na posse de tudo, apesar de já terem 40% de toda a riqueza no mundo, mas não é isso que move os senhores do mundo, eles não precisam de todos nós, tudo o que vêm de lá de cima da pirâmide têm a haver contigo, não com o teu dinheiro ou as tuas posses, eles querem-te é a ti, de preferência que sejas ordeiro e não penses muito, sê feliz e compra muitos Ipads.

O Banco Mundial/FMI para que fique claro é detido pela dinastia Rothschild, onde se juntam 30 a 40 "famílias" que na verdade são os mercados que vocês tanto ouvem nos media.
Por isso lembrem-se, que nós em Portugal ainda só estamos no primeiro passo (privatização) ainda temos muito que comer, digamos que é a fase cerelac.

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http://profundaescuridao.blogspot.com/2011/05/eussr-parte2-xxxiii.html
http://profundaescuridao.blogspot.com/2011/03/os-saqueadores-da-fortuna-1-xvii.html
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sábado, 12 de março de 2011

Os saqueadores da fortuna (parte1) XVII

A pirâmide da exploração
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) são as duas maiores fontes de empréstimos em moeda estrangeira  para aliviar a pobreza nos países mais pobres do mundo. Ao mesmo tempo, os países mais pobres do mundo devem mais dinheiro a estas duas que a outras instituições públicas ou privadas, juntas. Isto, deve-se ao facto de a maioria destes empréstimos ser mal estruturado, levando a que os países devedores não obtenham renda suficiente para pagá-los de volta. Isto acontece porque ajuda-se uma pequena parte da elite (privada) desse país devedor, sem nenhum benefício para os cofres do estado ou das pessoas.

O PAE (programa de ajuste estrutural), é mais um slogan cuja intenção é levar os países a tomarem certos procedimentos, (quase sempre de cariz sócio-económico) antes do dinheiro ser emprestado. É mais ou menos como ter um cão amestrado que salta quando o dono lhe diz ou rebola ao seu assobio.

Estes projectos beneficiam uma pequena elite do país em questão, ou se a obra for de grande envergadura, o dinheiro irá parar directamente a uma empresa multinacional do mundo ocidental, que vai lá e faz o serviço, grande parte das vezes mal e porcamente.
Noutros casos, os funcionários dos governos e empresas privadas desviam os fundos para contas bancárias privadas. Esta parte do esquema deixa as populações desses países com uma gigantesca dívida e impossível de pagar.

Este problema da dívida internacional tornou-se numa crise cíclica porque muitos países pobres pagam mais dinheiro ao Banco Mundial e ao FMI a cada ano, do que recebem em empréstimos. Os números do próprio Banco Mundial indicam que o FMI extraiu 1 bilião dólares de África em 1997 e 1998 mais do que emprestou para todo o continente.
Globalmente, os países pobres devem aos bancos privados que actuam através do Banco Mundial quase 2.5 triliões de dólares, isto em 1998.

O Banco Mundial e o FMI recusam-se a cancelar as dívidas em caso da economia de um país colapsar, isto, porque estas duas instituições introduziram nos seus estatutos a proibição para tal acto. Além disso, os governos têm um incentivo especial para terem em dia as suas dívidas multilaterais, uma vez que o FMI determina a solvência dos países, ou seja, até o FMI dar o seu selo de aprovação (o que normalmente exige o cumprimento das políticas económicas que recomenda), os países pobres no seu geral não podem obter crédito ou capital de outras fontes.

Esta dívida multilateral (dinheiro que é devido a instituições internacionais como o Banco Mundial e o FMI, bem como às suas instituições irmãs, como o Banco Asiático de Desenvolvimento, Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Interamericano de Desenvolvimento) têm subido nos últimos anos para os países mais pobres . Para países de renda baixa (definidos pelo Banco Mundial como aqueles com per capita do Produto Nacional Bruto abaixo 785 dólares), a dívida multilateral aumentou cerca de 544% entre 1980 e 1997. 544%!!!! 

O Chade, país que fica no centro-norte de África, viu a sua dívida aumentar de 330 milhões em 1987, para 1000 milhões dólares, 10 anos depois. A dívida do Chade, em percentagem no PIB aumentou de 28% em 1987 para 55% em 1997.
what a deal...

Nos últimos anos, o Banco Mundial e o FMI concordaram em ajudar os países que estão a sofrer pesadamente com o endividamento, criando os Países Pobres Altamente Endividados (HIPC) em 1996. Mas, para se qualificar para HIPC, o país deve completar três anos no âmbito de um Programa de Ajuste estrutural. Mesmo após esse obstáculo, o país deve cumprir mais três anos ligado por outro PAE (programa Ajuste Estrutural) antes do alívio da dívida multilateral ser concedido. O paradoxo cruel é que o PAE obriga  a cortar os gastos em cuidados de saúde, subsídios de alimentação e educação.

No topo, lá bem no alto da pirâmide, o objectivo nunca é o dinheiro, esse abunda, são donos das melhores terras do mundo, são detentores dos bancos, companhias de diamantes e ouro. Usam-no é certo, como factor preferencial de modo a expandirem as suas ideias maltusianas, com politicas de zero crescimento. Disfarçam-se por entre os carimbos e leis (por eles criadas), que tornam o corpo visível à luz da sociedade.

Texto original


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