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sexta-feira, 5 de abril de 2013

A torre de Basileia (1ª parte) CVII

Escrever sobre a torre de Basileia é como tentar descrever o fundo do oceano, um mistério. Irei mostrar-vos nos próximos dois artigos e no meio desse mistério, quem realmente controla o mundo financeiro, quais os canais de intergovernação por onde actuam e que acordos celebraram para reterem economias inteiras. Vulgarmente conhecido por BIS, o bank for international settlements é muito mais do que uma complexa instituição financeira.

Para entendermos quais são os arquétipos que nos governam é preciso escavar bem fundo, até à raiz do problema, e se só conseguimos vislumbrar o quadro geral depois de sabermos as peças que compõem esse puzzle, então, uma delas consiste em saber o que são os bancos centrais, peças que já foram cruciais no xadrez monetário.

O Banco de Portugal, assim como todos os outros bancos centrais, são propriedade privada, com leis próprias, onde o estado é apenas um dos "accionistas". Um exemplo desta propriedade privada é a venda de ouro por parte do Banco central Português que caso vendesse o que detêm e que neste momento perfazem 382 toneladas, o lucro seria então dividido em várias partes, sendo a fatia maior para o BdP, o estado português apenas arrecadaria os dividendos distribuidos pelo banco, tal como um accionista de um outro banco qualquer.

http://www.tvi24.iol.pt/economia/reservas-de-ouro-banco-de-portugal-divida-publica-defice-crise-portugal/1244331-1730.html

 Nesta noticia podemos encontrar várias coisas interessantes a este respeito...

"Contactado pela Agência Financeira, o Banco de Portugal explica que a venda das reservas se insere no âmbito do «Acordo dos Bancos Centrais sobre o Ouro» assinado pelo Banco Central Europeu e por 14 Bancos Centrais Nacionais, entre os quais o Banco de Portugal, em Setembro de 1999.
Desde então, todas as verbas «os proveitos realizados com as vendas de ouro ficam retidos no Banco de Portugal e são consignados a uma Reserva Especial que constitui parte integrante dos capitais próprios do Banco».
Além disso, contactado pela Agência Financeira, o Banco Central Europeu (BCE) recorda que, ao abrigo dos Tratados Europeus, «os bancos centrais estão proibidos de financiar directamente os Estados»."

Ou seja, o Bdp têm capitais próprios para quê? Se não pode emprestar ao estado, se é o BCE que financia os bancos por essa Europa fora, para que servem esses capitais? Reparem também que ao abrigo de um tratado qualquer (Lisboa) de que ninguém quer saber, os servos da politica trataram de ir arranjando a crise, impossibilitando saídas possíveis em casos de desastres económicos como este em que vivemos actualmente. Impedir o BCE de financiar os governos directamente fazendo circular o dinheiro pelos bancos comerciais é ter o poder sobre se quero ou não estrangular um país usando para isso o poder que o BIS têm sobre os bancos comerciais.

No site do banco de Portugal encontramos a sua ligação "legal" ao BIS, "O banco de Pagamentos Internacionais (BIS) é uma organização internacional que visa a promoção da cooperação monetária e financeira internacional. Considerado “o banco dos bancos centrais”, constitui um fórum privilegiado para discussão ao mais alto nível de questões relativas ao sistema financeiro internacional e ao papel dos bancos centrais."
"O Banco de Portugal é accionista do BIS. Nesta qualidade, tem assento na Assembleia Geral, um dos órgãos de decisão máximos daquela organização..."

Se existem discussões ao mais alto nível, então que assuntos são estes? Pensava eu que o BCE é que tratava dos temas monetários a serem aplicados por essa europa fora. Na realidade, isso é falso, pois todas as mudanças no sistema financeiro têm por base o que se decide no BIS e não no BCE, que apenas aplica a decisão tomada no banco da elite. Apesar de existir uma assembleia geral, as principais decisões tomam-se a cada dois meses numa reunião no 18º andar da torre englobando os 12 cabecilhas principais do gangue, discute-se "o mundo financeiro" sempre a um domingo e nenhum assessor está presente. A decoração ficou ao encargo dos mesmos projectistas do estádio de Beijing.   

"No século XX, que eu saiba, só houve um homem que tentou por o estado a imprimir dinheiro sem ter que pagar juros, imprimir o necessário para cobrir as dividas, apoiando-se no metal prata em substituição do ouro. Conseguiu imprimir cerca de 4.5 biliões de dólares, os únicos que até hoje os americanos não tiveram de pagar, depois disso Kennedy é assassinado, e a ordem executiva 1110 que fechava a reserva federal também. Para quê pedir dólares emprestados quando se podia criar o próprio dólar livre de "custo"? Esse senhor pensava à frente porque via a raíz do problema e sabia que enquanto isso não fosse mudado, aquele país nunca seria livre.

Fundado em 1930, o BIS (bank for international settlements) passou de um banco onde existiam accionistas privados (JP Morgan) e bancos centrais, para uma situação de controlo absoluto por parte dos bancos.

http://www.investorsinsight.com/blogs/what_we_now_know/archive/2006/03/07/the-most-powerful-bank-you-ve-never-heard-of.aspx

Nesta noticia, de leitura obrigatória, podemos encontrar muitos e bons aspectos sobre a forma como "trabalha" esta entidade que não é eleita por ninguém e onde nenhuma instituição global têm jurisdição para meter lá o nariz. O BIS é como a última das bonecas matrioshka, pequeno e escondido.

"A banker's bank, the BIS does no direct business with individuals, governments, or corporate entities. Instead, it deals solely with member nations' central banks (most of which are privately owned). There are 55 of them at present, and the list includes every central bank of consequence in the world.

The founders were the central banks of Belgium, France, Germany, Italy, Japan and the U.K., all of which got an identical number of shares. The U.S. Federal Reserve was not an original shareholder; however, three American banks (J. P. Morgan, First Bank of New York, First Bank of Chicago) each got the same number, giving the U.S. three times the voting power from the outset. "

Tal como escrevi no último artigo, enquanto os soldados lutavam por ideais de outros homens na derradeira batalha da estupidez humana, a segunda guerra mundial era financiada e mantida por este banco, que recebia os despojos da guerra de ambos os lados sob a forma de ouro.

"it helps central banks construct and implement financial policy decisions, in concert with one another. And it acts as a third party in transactions, facilitating the flow of money and other financial instruments, including gold.
It accomplishes this through control of currencies. It currently holds 7% of the world's available foreign exchange funds, whose unit of account was switched in March of 2003 from the Swiss gold franc to Special Drawing Rights (SDR), an artificial fiat "money" with a value based on a basket of currencies (44% U.S. dollar, 34% euro, 11% Japanese yen, 11% pound sterling)."

Tudo passa pelo BIS, que entre outras coisas serve para branquear o dinheiro, dai promover e facilitar as transacções internacionais, de onde retiram uns cêntimos por cada transacção. A substituição do dólar pelos SDR como moeda de reserva, será feita, de modo, a que num futuro próximo todas as "commodities" sejam negociadas neste "dinheiro" artificial controlado pelo BIS

The bank also controls a huge amount of gold, which it both stores and lends out, giving it great leverage over the metal's price and the marketplace power that brings, since gold is still the only universal currency. BIS gold reserves were listed on its 2005 annual report (the most recent) as 712 tons. How that breaks down into member banks' deposits and the BIS personal stash is unknown.
By controlling foreign exchange currency, plus gold, the BIS can go a long way toward determining the economic conditions in any given country.

É de todo crucial perceber o banco da elite, pois qualquer decisão de topo realizada no mundo financeiro e económico têm por base as reuniões que acontecem na torre de Basileia, por isso, quando o BCE anuncia descidas na taxa de juro, podem ter a certeza que foi com a concordância do BIS, se um país é resgatado, isso só foi possível porque foi dado o sinal verde por parte do BIS, entrando o renegociador da divida (FMI) em acção, ao qual está agregado, assim como o Banco Mundial, a isto chamou-se acordo de Bretton Woods.

Continua....

Assuntos relacionados:
http://profundaescuridao.blogspot.pt/2011/05/eussr-parte1-xxxii.html
http://profundaescuridao.blogspot.pt/2012/10/o-metodo-comunitario-xcv.html

terça-feira, 24 de maio de 2011

EUSR Parte2 (XXXIII)

Não fume pela sua saúde!!!

Se no primeiro artigo desta série dou-vos a conhecer o que vai acontecer ao dólar, neste mostro-vos os métodos pelos quais pretendem arruinar a moeda de reserva.
O pdf da chatham house pode ser encontrado aqui....
  
1 - A multicurrency reserve system for a multipolar world economy
1.1 - Develop a multicurrency reserve system that is appropriate for a world of regional trading blocs – Europe, Asia, the Americas – alongside a still preeminent dollar

É curioso, já Karl Marx deixava de lado África quando falava das 3 regiões que o mundo deveria de construir. 3 regiões cada qual com um parlamento englobando os vários países inseridos, que depois estarão sob a batuta das Nações Unidas.

Como podemos ler neste texto nada mudou desde o tempo de Marx, o sonho mantêm-se.

1.2 - Encourage a more extensive use of Special Drawing Rights as a supranational currency alongside international reserve currencies....

Encourage é a palavra chave aqui, porque representa o incrementalismo que eles pretendem impor para que no momento certo os SDR assumam o papel de salvador das economias e para isso acontecer o mundo financeiramente têm de desabar. De que outra forma é que irão conseguir enganar os povos que usam as moedas mais fortes do mercado?

1.3 - Promote cross-border dialogue and policy cooperation in order to manage the transition from a system based on the dollar to a multicurrency one.

Vêem? Está aqui escrito, claro como a água, a substituição do dólar pelos SDR. Lembram-se da definição de SDR? "The SDR is not a currency but a basket of currencies...". Como eu adoro quando eles aplicam noções orwellianas.

2 - Increase the use of the Special Drawing Rights

2.1 - Expand the supply of SDRs in a frequent, predictable and politically independent way, so as to increase the existing stock at least in line with world GDP, gradually reducing the accumulation of dollars.

Creio que os americanos deveriam de estar muito preocupados com o que está escrito neste documento, a partir daqui explicam como vão implodir o dólar...e tudo o que lhe está associado, incluindo é claro o que necessitamos para sobreviver, coisas sem importância nenhuma.
A parte sublinhada a vermelho demonstra bem os números envolvidos.

2.2 - Establish a new committee (the ‘International Monetary Policy Committee’) to produce regular recommendations to the IMF board for new SDR allocations.

Claro está bem ao estilo da Nova Moscovo, mais um comité de parasitas que ninguém elegeu.

2.3 - Establish a substitution account under the IMF into which member countries can deposit dollars, euros, yen or sterling, and receive the equivalent amount in SDRs in their account based on the exchange rate then prevailing. 

Com metade dos países em ruína e a outra a caminho, qual seria o uso que os países dariam aos SDR?

Para aqueles que não perceberam ainda muito bem o que estão a ler ou a sua importância, eu explico o esquema, nós pagamos em euros ao estado, ou na pior das hipóteses em bens que depois de vendidos convertem-se em euros, então o estado pega nesses euros e deposita-os nessa tal conta e recebe o equivalente em SDR, o que significa que só estado é que os pode usar, ou as empresas.

"Bretton Woods pode ter sido abandonado nos anos 70 apenas porque o objectivo nessa altura já estava mais que criado, o Banco Mundial e o FMI mandam no mundo económica e financeiramente e o banco deles é o bank for international settlement sediado na Suíça.

É o banco dos bancos, sem lei que lhe oponha, é a mais perfeita obscuridade financeira e adoram ouro, as vitimas entre  1939 e 45 que o digam. Estes tipos financiaram as duas partes e ficavam com o ouro. Como nos vão financiar agora, ou de onde é que pensam que vêm o cheque da troika?????"

Continuando...

2.4 - Take steps to increase the use of and demand for SDRs, beyond official circles, in international trade and finance:
2.4.1 - The IMF should permit SDR accounts to be opened by private-sector actors.

Ora aqui está o busílis da questão, a corporocracia com o seu feudalismo económico só entra neste patamar, só depois de estar tudo oficializado e passado os trâmites legais e constitucionais é que os actores privados entram...Isto está numerado é por alguma coisa.

2.4.2 - The IMF or another suitable provider should create a settlement system, so that transactions denominated in SDRs can take place directly between buyers and sellers on a secure and transparent platform.

Aqui temos a troca directa de SDR entre empresas e os governos sem que o FMI entre na equação, é uma espécie de liberalização para o mercado futuro.

Assunto relacionados:
http://profundaescuridao.blogspot.com/2011/05/eussr-parte1-xxxii.html
http://profundaescuridao.blogspot.com/2011/04/os-senhores-feudais-xxv.html
http://profundaescuridao.blogspot.com/2010/10/por-quem-os-sinos-dobram-parte-2.html